quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Soft Power



https://sunnyntayombya.wordpress.com/2013/10/17/how-to-leverage-rwandas-soft-power/

Segundo o professor Victor Marques dos Santos  podemos identificar poder como uma “característica essencial da realidade humana, que adquire expressão através de manifestações diferenciadas resultantes da convergência das dimensões social e individual da capacidade do respectivo exercício, caracterizado pela posse e como uma capacidade que, entre outras , se desenvolve no sentido da realização de um objectivo, da concretização de uma finalidade” (Santos, 2007) outra definição verificada é a do professor António de Sousa Lara que apresenta o poder como “ um conjunto de meios capazes de coagir os outros a um determinado comportamento . (Lara, 2005)

O soft power pode ser definido como “levar os outros a desejarem o que nos próprios desejamos (…) em determinar a agenda política para influenciar as preferências dos outros . O soft power  também é mais do que persuasão ou a capacidade de convencer pessoas através de argumentação . É a capacidade de sedução e de atracção . O soft power tem , em grande parte , origem nos nossos valores”  (Nye, 2005) . 

Este tipo de poder funciona em certa medida como catalisador de tomadas de decisão por parte de outros baseando-se na nossa vontade usando para isso o poder economico , cultural , político e religioso . O soft power é um aliado poderoso no sentido que faculta ao Estado detentor deste poder a capacidade de ser seguido não pela sua capacidade bélica mas sim pelos seus valores .

Lara, A. ( 2005), Ciência política – Estudo da ordem e da subversão. 3ª Edição, ISCSP. Lisboa


Santos, Victor Marques dos. (2007) , Introdução á teoria das relações internacionais. ISCSP. Lisboa


Nye, Joseph. (2005), O paradoxo do poder Americano: Porque é que a única superpotência mundial não pode actuar isoladamente. 1ª Edição, Gradiva. Lisboa


sábado, 13 de fevereiro de 2016

Participação Política

Conceito Operacional de Participação Política

http://rr.sapo.pt/noticia/35876/antonio_costa_salienta_a_importancia_da_participacao_eleitoral
Neste texto optamos pela apresentação de uma definição mais completa possível tendo em consideração o que estamos a analisar. Sendo tomada a palavra participação, em sentido estrito , a mesma poderá ser reservada, finalmente, para situações em que o indivíduo contribui directa ou indirectamente para uma decisão política.

Consideramos como participação política as acções levadas a cabo pelos cidadãos e pelos grupos, directa ou indirectamente, de forma autónoma ou mobilada, por meios consentidos ou não consentidos, dirigidas aos governantes e às instituições públicas, por forma a influenciar a formação das políticas públicas ou modificar as decisões já tomadas e implementadas, sejam de âmbito individual ou colectivo, independentemente do resultado conseguido pelos seus promotores directos ou indirectos.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Novos Movimentos Sociais



http://caabahia.org.br/noticias/comunicacao-e-movimentos-sociais-em-rede-um-desafio-ainda-presente---.html
A emergência dos novos movimentos sociais tem a sua génese no final da Segunda Guerra Mundial tal como afirma (Stock, M. 2005) tendo sido este período caracterizado “por um progressivo abstencionismo eleitoral, fraca adesão aos partidos, perda de interesse pela vida política (…) o início da mediatização do universo político e a despolitização da cidadania” (Stock, M. 2005).  Depois de um período de trevas em que pouco ou nada se fez neste campo os movimentos sociais começam finalmente a eclodir, novas organizações são construídas, os partidos políticos aumentam em número considerável por toda a Europa e novas reivindicações começam a ser visíveis por parte de novos grupos de pessoas organizadas em prole de um bem comum. Neste sentido os novos movimentos sociais podem ser definidos como “acções colectivas associadas à luta por interesses, associados à organização social, a mudanças na esfera social e cultural” e era precisamente o que estava a acorrer no pós-guerra mudanças na esfera social e cultural.  “Os movimentos sociais são formações políticas, que utilizam frequentemente tácticas como por exemplo a acção directa, apresentando estruturas organizacionais soltas e informais. Os movimentos sociais fornecem um meio de introdução de novas formas de pensar na agenda política. O seu considerável potencial para o deslocamento político poderá, no entanto, ser compensado por divisões internas ou metas, estratégias e tácticas, como no caso do movimento ambientalista. O cumprimento parcial dos objectivos propostos pelos movimentos podem remover muita da sua energia dinâmica, como no caso do movimento dos direitos civis, existindo casos onde os movimentos podem ser ultrapassados por mudanças nas atitudes sociais e políticas, como no caso dos movimentos estudantis nos finais dos anos sessenta . Os movimentos sociais podem tornar-se institucionalizados, como no caso do britânico "movimento trabalhista", termo que continua a ser um “guarda-chuva” útil para o Partido Trabalhista, sindicatos, organizações cooperativas  e organizações socialistas, mas que já não transmite uma sensação de força dinâmica que busca a mudança radical” (Mclean e Mcmillan, 2009).

Antes de avançar para uma outra definição devemos referir que a uma óptica de novos movimentos sociais antecede uma outra vertente a que neste caso se dá o nome de velhos movimentos sociais que eram movimentos de camponeses e operários. Este Novos Movimentos Sociais apresentam uma crítica da regulação social capitalista como uma crítica da emancipação social socialista tal como ela foi definida pelo marxismo” (Boaventura, 2006) indo contra novas formas de opressão que vão muito além das relações de produção, falamos em situações como a guerra ou como a poluição.

Outras definições podem ser apresentadas para a definição do que é um movimento sociais. Podemos referir alguns traços gerais dessa tentativa de conceptualizar o objecto de estudo deste trabalho (movimentos sociais), a saber o conceito de movimento sociais está associado a: 

“a) redes de interacção, predominantemente informais baseadas em :
b) crenças partilhadas e solidariedade , que se mobilizam sobre:
c) temáticas conflituais através de:
d) um uso frequente de várias formas de protesto”

(Porta, 2003)

Bibliografia
Mclean e McMillan.
(2009), Concise dictionary of politics. 3ª Edição. Oxford University. Nova York 
Porta, D. (2003), Introdução à ciência política. 1ª Edição. Editorial Estampa. Lisboa

Stock (coord.), Velhos e Novos Actores Políticos. Partidos e Movimentos Sociais, Universidade Aberta, 2005