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A emergência dos novos movimentos
sociais tem a sua génese no final da Segunda Guerra Mundial tal como afirma (Stock,
M. 2005) tendo sido este período caracterizado “por um progressivo
abstencionismo eleitoral, fraca adesão aos partidos, perda de interesse pela
vida política (…) o início da mediatização do universo político e a
despolitização da cidadania” (Stock, M. 2005).
Depois de um período de trevas em que pouco ou nada se fez neste campo
os movimentos sociais começam finalmente a eclodir, novas organizações são
construídas, os partidos políticos aumentam em número considerável por toda a
Europa e novas reivindicações começam a ser visíveis por parte de novos grupos
de pessoas organizadas em prole de um bem comum. Neste sentido os novos
movimentos sociais podem ser definidos como “acções colectivas associadas à
luta por interesses, associados à organização social, a mudanças na esfera
social e cultural” e era precisamente o que estava a acorrer no pós-guerra
mudanças na esfera social e cultural. “Os
movimentos sociais são formações políticas, que utilizam frequentemente
tácticas como por exemplo a acção directa, apresentando estruturas
organizacionais soltas e informais. Os movimentos sociais fornecem um meio de introdução
de novas formas de pensar na agenda política. O seu considerável potencial para
o deslocamento político poderá, no entanto, ser compensado por divisões internas
ou metas, estratégias e tácticas, como no caso do movimento ambientalista. O
cumprimento parcial dos objectivos propostos pelos movimentos podem remover muita
da sua energia dinâmica, como no caso do movimento dos direitos civis,
existindo casos onde os movimentos podem ser ultrapassados por mudanças nas atitudes
sociais e políticas, como no caso dos movimentos estudantis nos finais dos anos
sessenta . Os movimentos sociais podem tornar-se institucionalizados, como no caso
do britânico "movimento trabalhista", termo que continua a ser um “guarda-chuva”
útil para o Partido Trabalhista, sindicatos, organizações cooperativas e organizações socialistas, mas que já não transmite
uma sensação de força dinâmica que busca a mudança radical” (Mclean e Mcmillan,
2009).
Antes de avançar para uma outra definição devemos referir que a
uma óptica de novos movimentos sociais antecede uma outra vertente a que neste
caso se dá o nome de velhos movimentos sociais que eram movimentos de
camponeses e operários. Este Novos Movimentos Sociais apresentam “uma crítica da regulação social capitalista
como uma crítica da emancipação social socialista tal como ela foi definida
pelo marxismo” (Boaventura, 2006) indo contra novas formas de opressão que vão
muito além das relações de produção, falamos em situações como a guerra ou como
a poluição.
Outras
definições podem ser apresentadas para a definição do que é um movimento
sociais. Podemos referir alguns traços gerais dessa tentativa de conceptualizar
o objecto de estudo deste trabalho (movimentos sociais), a saber o conceito de
movimento sociais está associado a:
“a)
redes de interacção, predominantemente informais baseadas em :
b)
crenças partilhadas e solidariedade , que se mobilizam sobre:
c)
temáticas conflituais através de:
d)
um uso frequente de várias formas de protesto”
(Porta,
2003)
Bibliografia
Mclean
e McMillan. (2009), Concise dictionary of politics. 3ª Edição. Oxford
University. Nova York
Porta,
D. (2003), Introdução à ciência política. 1ª Edição. Editorial Estampa. Lisboa
Stock (coord.), Velhos e Novos Actores Políticos.
Partidos e Movimentos Sociais, Universidade Aberta, 2005
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