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| Fonte: http://www.jornalacores9.net/economia/deco-proteste-lanca-guia-de-vinhos-sujeitos-a-provas-e-analises-laboratoriais/ |
A tentativa de descrever o que é um grupo de interesse pode ficar assente na definição que “são grupos que se formam na sociedade política cujo objectivo é a defesa ou realização de um interesse legalmente tutelado, sem se pretender a alteração do ordenamento jurídico existente, mas sim através dele” (Lara. A. 2005).
Avaliando a definição do sitio do Centro de Estudos do Pensamento Político que se encontrava na dependência da Universidade Técnica de Lisboa, tema uma definição de grupo de interesse indicando que “segundo a análise sistémica, o processo funcional pelo qual os indivíduos e os grupos elaboram um quadro de exigências ou um caderno reivindicativo, a fim de os dirigirem às autoridades (Badie e Gerstlé). Almond e Powell consideram a interest articulation como um dos inputs do sistema político, ao lado da interest agregation. É o processo de expressão das exigências (demands), na relação do sistema social com o sistema político, processo pelo qual os indivíduos e os grupos formulam exigências junto dos decisores. Esse processo de fazer conhecer junto do decisor político uma determinada reivindicação ou exigência pode concretizar-se num manifesto, num comunicado, numa conferência de imprensa ou num acto Associado ao grupo de interesse existe ainda uma definição que apresenta vários subtipos de grupos de interesse sendo eles os “associational, non-associational, anomic, and institutional interest groups”(Almond e Powell, 2007)
Segundo o artigo publicado pela universidade de Wake Forest existem várias formas de se classificar os grupos de interesse. Em primeiro lugar dão o exemplo, diferenciação entre grupos de interesse público e privado. “A diferença básica aqui é que os grupos privados procuram apenas defender os interesses dos membros do seu próprio grupo e os grupos públicos procuram promover causas que trazem benefícios para toda a sociedade.” Um exemplo de grupo de interesse privado será no caso português a associação da Empresas do Vinho do Porto, que têm como direcção a representação e protecção dos seus associados. Como exemplo de grupo de interesse público teríamos aqueles que se preocupam com questões sociais amplas como é o caso da DECO, tem em vista a defesa dos consumidores no seu aspecto mais amplo no entanto esta organização tem membros associados que várias vezes recorrem aos seus serviços.
“Associational interest groups” são o braço político de um grupo que já existe, como as associações profissionais . Consideram a actividade política como a sua principal actividade .
São organizações formais, sendo produto dos seus esforços para influenciar políticas públicas e articular os interesses dos seus membros ao longo do tempo.
“Non-associational interest groups” são em essência são exactamente o contrário dos “associational intererest groups”, ou seja, carecem de um organização formal, são compostos de indivíduos que partilham algumas características comuns, classe, etnia, raça , religião, cultura, género. Visam organização e coordenar a actividade política de uma maneira informal no que diz respeito a uma questão particular.
Segundo o mesmo artigo os “anomic groups” são geralmente o resultado da agitação e emoção, resultando várias vezes em acções violentas. “São caracterizados pela sua falta de organização formal, ausência de líderes óbvios, bem como a sua coordenação temporária. Os grupos são de curta duração, são agregações espontânea de pessoas que compartilham uma preocupação comum sobre um determinado assunto. Dão o “exemplo, nos Estados Unidos, as manifestações estudantis em todo o país contra a Guerra do Vietname nos anos 1960 e início dos anos 1970.
Apesar de terem uma organização pouco cuidada as suas intervenções como são feitas em clima emotivo atrai em larga escala os meios de comunicação, conseguindo desta forma transmitir e a “Institutionalized interest groups” são caracterizados como sendo bem estruturados e organizações duráveis, filiação estável, objectivos claros, tendo conhecimento dos sectores do governo e dos seus membros. Eles são uma parte do governo, serviços ou organismos, mas são politicamente neutros. Por exemplo, os sindicatos do serviço público. Como são parte do governo, ao contrário de outros grupos, eles tendem a persuadir o governo através de meios internos. Consequentemente, a sua actividade em larga escala não é visível para a maior parte.
Em jeito de conclusão “é esperado que a influencia dos grupos de interesse mudem dependendo das instituições de governo com quem interagem. Em particular, uma serie de autores sugerem que estas instituições influenciam o equilíbrio dos interesses nacionais. Nesta óptica, instituições podem delegar ou desqualificar certos interesses específicos. Para ver um exemplo, a estrutura institucional dos EUA podem fortalecer a concentração de interesses e detrimento de interesses difusos. Consequentemente a falta de transparência criada pela complexa estrutura institucional dos EUA deve reduzir o controlo dos interesses difusos sobre os outpts políticos” (Andreas, D. e Dirk, B , 2005)
Almond, G., Powell, B., Dalton, R. & Strom, K. (2007). Comparative politics today, 9ª Edição. NY: Pearson Longman
Andreas, D. e Dirk, B . (2007). The Question of Interest Group Influence, in: Journal of Public Policy, 27/ 1: 1-12.
Lara, A. ( 2005), Ciência política – Estudo da ordem e da subversão. 3ª Edição, ISCSP. Lisboa